Foi uma surpresa quando a Dona Sulami Machado, de 63 anos, recebeu em casa a visita da Cíntia Francheschi, do Posto de Identificação do IGP em Cachoeira do Sul. Com o próprio carro e tendo os filhos de 4 e 8 anos como acompanhantes, a papiloscopista estendeu o horário de trabalho para entregar pessoalmente a carteira de identidade da professora aposentada.

Encaminhado antes do início da pandemia, o documento estava fazendo falta: Sulami não conseguiu fazer uma operação bancária porque o banco não a reconheceu na foto, e também precisava do documento para apresentar junto à receita médica em farmácias. O fechamento dos Postos de Identificação em todo o Estado, como medida de prevenção para enfrentar a propagação do vírus, poderia adiar a retirada, já que os casos urgentes são atendidos apenas com agendamento, em alguns dias da semana.

Mas a servidora do IGP resolveu entregar a carteira pessoalmente, assim que o documento ficou pronto. “Achei mais prático do que marcar uma data para entrega”, explica Cíntia. “Foi gratificante. Vi que ela precisava mesmo”. Dona Sulami diz que “foi tudo maravilhoso” desde o primeiro atendimento. “Fiquei impressionada com a recepção desde que encomendei a carteira”, elogia.

Exemplos assim tem se multiplicado entre os servidores do IGP durante a pandemia de coronavírus. Em várias regiões do Estado, eles tem feito mais do que cumprir as funções habituais, mostrando que carregam a empatia junto com o uniforme da perícia.

Em Santana do Livramento, a casa da Técnica em Perícias Melissa Schuchman, que normalmente já funciona como um ateliê de costura, se transformou em um verdadeiro comitê de apoio a quem se expõe ao risco do Coronavírus. Retalhos de tecido e metros de TNT são medidos, recortados, costurados e transformados num artigo cada vez mais útil e escasso: máscaras faciais. Melissa costura as máscaras nos horários de folga. Os colegas do Posto Médico-Legal ajudam de várias maneiras. Enquanto a Coordenadora Rita Maciel recruta voluntários e ajuda a recortar o TNT, outros colaboram com dinheiro para comprar o material. As primeiras foram distribuídas para os colegas da 7a Coordenadoria Regional de Perícias. Outras foram doadas aos colegas da Polícia Civil, que também receberam dicas de prevenção em palestras dadas pelos Peritos Médicos-Legistas da região – outra atitude solidária. A força-tarefa deve render, ao todo, mais de 1.400 máscaras, que serão encaminhadas à Santa Casa da cidade. 

APOIO E ALIMENTO- do outro lado do Estado, a solidariedade viaja na boleia dos pesados caminhões que cortam a ERS-122. Em apoio a uma ação promovida pelo Sest Senat, em parceria com os colegas da Polícia Civil e Brigada Militar, os servidores do IGP ajudaram a abordar os caminhoneiros e organizar a fila para distribuição de kits de higiene e alimentos. Durante a entrega, receberam o apoio não só deles, mas de outros motoristas que passavam pela região. A Técnica em Perícias Amanda Dal Magro foi uma das que participaram da atividade. Ela resume o sentimento de quem se envolve em ações solidárias em época de pandemia: “a gente se sente bem, ajudando aqueles que não pararam de trabalhar. Como nós, do IGP”.