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Perícias revelam homicídio e permitem prisão de casal abusador

Caso envolve três menores de idade, atendidos pelo Departamento Médico-Legal

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Equoterapia facilita o contato com as crianças e a realização da perícia
Equoterapia facilita o contato com as crianças e a realização da perícia - Foto: Brigada Militar/IGP

A perícia psíquica realizada com duas crianças foi fundamental para a prisão preventiva de um casal, pelo assassinato de uma menina de cinco anos, em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, em julho.

As três crianças são irmãs e foram adotadas juntas pelo casal. Um das crianças foi atendida em um posto de saúde, onde os responsáveis alegaram que ela teria sofrido uma queda. A necropsia, realizada no Departamento Médico-Legal, apontou que a causa da morte foi asfixia, e revelou também que ela foi abusada sexualmente.  

As duas crianças que permaneciam com o casal foram ouvidas por assistentes sociais, mas, de início, forneceram poucas informações. Elas foram então encaminhadas para o Crai – Centro de Referência e Atenção Infanto-Juvenil do IGP, onde foi realizada a perícia psíquica. A escuta, feita por peritos criminais psicólogos e peritos médicos-legistas psiquiatras, é realizada quando crianças são vítimas ou testemunhas de crimes. O atendimento aplica protocolos internacionalmente reconhecidos, que visam obter informações, sem impor sofrimento aos menores.

EQUOTERAPIA- no caso das duas meninas, a perícia psíquica foi realizada com a ajuda de cavalos. A técnica utiliza a equoterapia como forma de abordagem das crianças periciadas. Os passeios, de cerca de uma hora, são realizados no 4° Regimento de Polícia Montada, da Brigada Militar. Depois de concluídos, as crianças se sentem mais soltas para relatar o que sabem dos crimes. “O trabalho com o cavalo como facilitador permite acessar melhor os conteúdos da memória da criança, com maior qualidade e quantidade de informações” afirma a perita médico-legista Angelita Machado Rios, que desenvolveu a técnica e a tem aplicado com crianças que testemunham feminicídios. “O trabalho do IGP foi muito profissional, e técnico, o que contribuiu bastante para o desfecho da investigação” afirma Eduardo do Amaral, titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Gravataí, que havia dado início à apuração. 

IGP-RS