O papel dos papiloscopistas no Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul
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Com a realização da prova do concurso para o cargo de papiloscopista marcada para o dia 15 de junho, o Instituto-Geral de Perícias já se prepara para receber os novos profissionais. O certame representa uma oportunidade para quem deseja ingressar em uma carreira importante para a perícia criminal e para a segurança pública do Estado. Além de dominar técnicas de identificação humana relacionadas à área, os papiloscopistas transformam vestígios invisíveis em evidências concretas, ajudando na elucidação de crimes.
Se você está entre os candidatos que prestarão a prova, ou se deseja entender melhor o papel desses profissionais, hoje lhe convidamos a conhecer um pouco mais sobre as atribuições do cargo, a importância e os desafios da atuação dos papiloscopistas.

Você já parou para pensar nas marcas, rastros e pegadas que deixa para trás ao longo do seu dia? Um simples toque, uma impressão digital ou até mesmo uma pegada podem revelar histórias, identificar pessoas e até mesmo solucionar crimes. Para o Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP), essas marcas são muito mais do que simples vestígios. Elas podem ser a chave para desvendar mistérios e garantir a justiça.
O IGP é responsável por realizar perícias criminais, utilizando o poder da ciência para ajudar as autoridades na resolução de crimes. Dentro desse contexto, os papiloscopistas desempenham um papel importante. Especializados no estudo das impressões digitais, palmares e plantares, eles têm como missão: identificar indivíduos a partir de vestígios que são deixados para trás nas cenas de crime.
O trabalho dos papiloscopistas na solução de crimes

A maioria das impressões digitais encontradas em uma cena de crime não é visível a olho nu. No entanto, graças a técnicas avançadas de revelação, como o uso de pós magnéticos, gases e certos tipos de luzes, o papiloscopista consegue desvendar marcas que o tempo, as condições ambientais ou até mesmo o próprio comportamento humano tentaram apagar.
Toda impressão digital encontrada é cuidadosamente fotografada, catalogada e, em seguida, inserida em sistemas automatizados de comparação com os registros civis do RS, onde um simples fragmento de digital pode ser cruzado com milhões de registros em questão de segundos.
É a partir desse cruzamento de dados que a "mágica" acontece. A tecnologia permite que, ao encontrar um "match", o vestígio coletado na cena do crime seja associado a um indivíduo, o que pode ajudar a polícia a identificar suspeitos e esclarecer a autoria de um crime.
Esse processo, embora pareça simples, é complexo e exige precisão, experiência e tecnologia de ponta. Cada caso solucionado resulta de um trabalho minucioso, utilizando técnicas científicas avançadas e uma equipe comprometida.
A identificação civil e a prevenção de fraudes
Os papiloscopistas também atuam fora do contexto criminal, como é o caso da identificação civil, onde fomentam bancos de dados e até mesmo ajudam a evitar fraudes. Os encaminhamentos de carteiras de identidade, por exemplo, devem passar por uma análise biográfica e papiloscópica, em um processo que inibe tentativas de falsidade ideológica e permite a distinção de homônimos. A alimentação desses bancos de dados é fundamental para futuras investigações, uma vez que é com essas informações que os profissionais do IGP buscam cruzamentos a partir dos materiais coletados em cenas de crime.
Identificação de vítimas de morte violenta
Outra área vital da atuação dos papiloscopistas é na confirmação da identidade de vítimas de morte violenta, com o emprego de diversas técnicas.
Desastres em massa
Em casos de desastres em massa, que resultam em múltiplas vítimas em um mesmo incidente, os papiloscopistas participam do protocolo DVI (sigla em inglês para Identificação de Vítimas de Desastres) como um dos pilares da identificação humana. O método segue protocolos definidos pela Interpol, e utiliza dados de áreas específicas para identificar as vítimas – impressões digitais, exames odontológicos e perfis de DNA.
O trabalho dos papiloscopistas do Instituto-Geral de Perícias é importante na elucidação de crimes, como uma valiosa ferramenta científica a serviço da Justiça. Por meio da análise das impressões digitais, é possível estabelecer ligações precisas entre a cena do crime e os envolvidos, ajudando a fornecer respostas até mesmo aos casos mais desafiadores.
O Instituto-Geral de Perícias está sempre comprometido com a ciência, a verdade e a justiça. Cada vestígio é tratado com rigor técnico pois, muitas vezes, são os pequenos detalhes que fornecem a chave para a solução de crimes.
Texto: Leonardo Ambrosio / ASCOM IGP
Edição: Anelize Sampaio / ASCOM IGP