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IGP alcança 1,3 milhão de Laudos emitidos digitalmente

Digitalização de perícias traz rapidez ao atendimento

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Substituindo o papel, IGP desenvolveu um sistema que além de sustentável
Substituindo o papel, IGP desenvolveu um sistema que além de sustentável é eficaz no acesso à informação - Foto: Divulgação/IGP

O IGP alcançou, em dezembro de 2020, a marca de 1 milhão e 300 mil perícias emitidas em laudo digital. Além da gigantesca economia em papel (aproximadamente 5,2 milhões de folhas A4), esse número  simboliza uma longa trajetória em busca de inovação. O trabalho analógico deu lugar ao digital, trazendo benefícios que se refletiram na velocidade de emissão dos Laudos. 

As perícias eram arquivadas em pastas, tornando a pesquisa demorada
As perícias eram arquivadas em pastas, tornando a pesquisa demorada - Foto: Arquivo/IGP
O caminho para a implantação do PGP (Protocolo Geral de Perícias), como temos hoje, passou por diversas mudanças. Até 1999, qualquer pesquisa sobre uma perícia era feita revirando fichários e arquivos. O servidor responsável levava horas folheando dezenas de arquivos para acessar as informações dos protocolos. O trabalho era pesado. A pesquisa, lenta e pouco dinâmica. “Quando alguém pedia uma informação, eu levava de duas a três horas para encontrá-la” comenta Horis Luis Garcia Rizzon, chefe da Seção de Engenharia do Departamento de Criminalística (DC) entre 1999 e 2000, e depois chefe da Divisão de Perícias da Capital de 2003 a 2008, responsável pela implementação do sistema.

Com a intenção de melhorar o fluxo de informação dentro do DC, foi criado o primeiro esboço do que viria a se tornar o Protocolo Geral de Perícias (PGP). Com base em um sistema usado pelo Departamento Médico-Legal (DML) na época, algumas Seções do DC, como Engenharia, Balística e Documentoscopia, criaram sistemas próprios de controle de protocolos, usando o programa Microsoft Access. Horis conta que, no início, os dados sobre as perícias se mantinham dentro da própria Seção. Eram feitos backups constantes, além de salvá-los em disquetes, para armazenar e organizar o banco de dados.

Em 2002, a Procergs (Companhia de Processamento de Dados do RS) foi contratada para desenvolver e implementar um sistema unificado de protocolo de perícias para o DC. O PDC (Protocolo do Departamento de Criminalística) fazia o controle das perícias, salvando dados como a data de solicitação, data em que o atendimento foi realizado, controles dos atendimentos, entregas dos Laudos, relatórios com estatísticas, entre outros. Entretanto, os sistemas em cada Seção ainda funcionavam de forma individual e não tinham conexão com um banco de dados via rede. E, como os servidores precisavam se adaptar às mudanças, algumas  anotações ainda eram feitas de forma manual.

Unificando os dados - A implementação efetiva do PDC foi decidida em 2003. Levou cerca de um ano para a migração para um sistema unificado. O novo PDC tinha um banco de dados por rede, além da possibilidade de atualização em suas versões, adicionando melhorias conforme fossem sugeridas por quem trabalhava diretamente com ele. Assim, a organização migrou de algo braçal e demorado para algo instantâneo e efetivo. Uma das mais importantes atualizações do PDC foi a inclusão das solicitações de perícia pelo então Ciosp - Centro Integrado de Operações (local que concentrava os agentes de todas as Vinculadas da Segurança Pública e de onde eram despachadas as ocorrências policiais e pedidos de perícia) de forma remota.  “Os atendimentos eram notificados através do PDC no computador, agilizando o atendimento das equipes que estavam de plantão para o atendimento de locais de crime”, lembra Horis.

Reunião de trabalho para padronização de fotografias para os laudos eletrônicos
Reunião de trabalho para padronização de fotografias para os Laudos eletrônicos - Foto: Divulgação/IGP
Com a  padronização entre os setores finalizada, qualquer servidor que possuía acesso ao PDC conseguia, em tempo real, analisar a situação de uma perícia. Porém, enquanto o Departamento de Criminalística na Capital passava por essa reformulação digital, os Postos de Criminalística (PC´s) no interior do Estado ainda careciam de estrutura para fazer o projeto funcionar. O interior enviava os atendimentos prestados para a Capital, e os servidores do DC  adicionavam as informações ao sistema. Por volta de 2008, com a conexão dos postos do interior à rede de informática do Estado, houve a implantação do sistema PDC, fazendo com que os PC´s  passassem a operar de forma online.

Ainda em 2009, com uma reformulação da direção do IGP e criação da Divisão de Tecnologia da Informação (DTI), foi feito um estudo para a criação de um sistema corporativo, que gerenciasse todas as demandas de perícias da instituição. A proposta resultou na transformação do PDC, sistema que carregava apenas o nome do Departamento de Criminalística, em PGP - Protocolo Geral de Perícias. A implementação nos demais Departamentos na capital foi realizada em 2009. Com o Departamento de Identificação realizando perícia papiloscópica em veículos e o Departamento de Perícias Laboratoriais na área de toxicologia. “Essa transformação unificou de vez a comunicação do IGP, através de um sistema rápido e preciso de informações” Horis comenta. 

Laudo Eletrônico Digital - Outra implementação marcante vinda com a digitalização do PGP foi a possibilidade da criação do Laudo Eletrônico. O documento deixou de existir de forma impressa, sendo produzido um documento digital. Para isso, o PGP precisou se adequar novamente, adotando a certificação digital, que tornaria o documento legítimo. Uma parceria com o Banrisul fez a adição dessa tecnologia. Para a criação do documento digital foi necessária a construção de um novo conceito de sistema e mais uma atualização, o PGP Web, que se tornou a versão do sistema preparado para o ambiente internet. A plataforma também registra qual Departamento emitiu o documento, criando um registro que acompanha todo o processo de formatação. Após a confecção, o documento é enviado para uma caixa de tarefas, onde o perito responsável consegue revisar e assinar eletronicamente. Depois de assinado e liberado, ele é encaminhado digitalmente à autoridade policial demandante. “O PGP Web tornou possível a criação e edição dos Laudos digitais diretamente na plataforma, tornando mais ágil o processo da emissão” afirma - Chefe da DTI, André Assis.


O futuro do PGP -
Com o advento das novas tecnologias, é preciso ampliar as formas de acesso ao PGP. A equipe responsável pelo projeto tem em mente a necessidade da modernização, adequando aos novos padrões de tecnologia, dando através da mobilidade e portabilidade a possibilidade de acessar todos os recursos em diversos dispositivos em qualquer lugar. “Isso deve resultarem mais produtividade e celeridade na emissão de laudos, o que gera impactos positivos no fluxo de persecução penal”, comenta.

IGP-RS