Evento sobre identificação de desaparecidos reúne centenas de interessados
Simpósio on-line mostrou como o IGP identifica vítimas
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Gente do México, de Tocantins, estudantes de Odontologia, agentes e delegados da Polícia Civil do RS, servidores da SUSEPE, servidores do IGP e alunos-oficias da Brigada Militar formaram o público do Simpósio “Identificação de Desaparecidos – As diferentes áreas de conhecimento aplicadas à Perícia Criminal na busca pela identificação de indivíduos”, realizado nesta 4a feira, 29. Mais de trezentas pessoas participaram do evento, organizado pela Divisão de Ensino do IGP. A atividade mostrou o panorama dos trabalhos desenvolvidos por peritos e papiloscopistas da instituição sempre que um corpo chega a um posto médico-legal.

O perito médico-legista Kleber Crespo, chefe da Seção de Antropologia Forense do IGP, foi o primeiro a falar. Ele mostrou como o trabalho com as ossadas permite estimar sexo, idade, tempo e causa da morte. Crespo frisou que, para isso, o trabalho de remoção dos ossos no local de crime é fundamental. E citou como exemplo de remoção bem feita o trabalho desenvolvido por três peritas criminais do IGP (https://igp.rs.gov.br/nova-tecnica-na-remocao-de-corpos).
O momento seguinte foi dedicado à necropapiloscopia - a identificação das vítimas por meio das impressões papilares. O papiloscopista Marcelo Cafarate mostrou o método mais rápido, responsável por 96% das identificações. Ele contou que é comum chegarem corpos e pessoas idosas, já em decomposição. “Tentamos o possível para fazer a identificação. Afinal, tem uma família ali esperando”, disse. Já a papiloscopista Lizandreia Brombatti apresentou as técnicas usadas para identificar os fragmentos papilares em laboratório. “Mesmo em corpos carbonizados ou em afogados é possível identificar pela papiloscopia, desde que a derme esteja preservada”, garantiu.

A identificação pela Odontologia Legal também foi tema do encontro. A perita criminal Rosane Baldasso mostrou como apontar a identidade de uma vítima, por meio da comparação com raios X dentários, de seios da face ou próteses fornecidas pela família. “Uma foto de um sorriso pode identificar ou complemetar a identificação”, explicou Rosane. Também apresentou estudos sobre as tecnologias sistemas biométricos e reconhecimento facial e sobre o pioneirismo do IGP no desenvolvimento de projetos (https://igp.rs.gov.br/igp-participa-do-combate-ao-desaparecimento-de-criancas-e-adolescentes-no-estado ).
A identificação pelo DNA fechou o Simpósio. Os peritos criminais Gustavo Kortmann e Cecília Matte apresentaram o trabalho da Divisão de Genética Forense do IGP. Kortmann explicou que todas as identificações humanas são tratadas como prioridade pela Divisão, e que a coleta de material genético é feita em todos os cadáveres não identificados. O material é inserido no Banco de Perfis Genéticos do IGP e pode ser identificado anos depois, desde que um familiar forneça material para comparação. “Objetos de uso exclusivo da pessoa desaparecida, como uma escova de dentes ou vestes íntimas também podem ser fornecidos”, explicou Kortmann. Já Cecília falou sobre o do mutirão de coleta de material genético de familiares de pessoas desaparecidas. Até agora foram identificadas 13 pessoas, o melhor resultado entre todos os estados que participaram do evento realizado em junho.