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Seminário sobre Direitos Humanos qualifica servidores do IGP

Temas como racismo e respeito à população LGBTQIA+ foram tratados no evento

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TV e telão com o logo do IGP
Evento aconteceu no auditório do Ministério Público do RS - Foto: Ascom/IGP
Por Ascom/IGP com edição Secom

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Narração Crédito: Narração: Tábata Kolling/Estagiária Ascom

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Os servidores do Instituto-Geral de Perícias participaram nesta terça-feira (4), de um seminário sobre Direitos Humanos. O objetivo é sensibilizar peritos e técnicos para o tema, que faz parte do trabalho da perícia gaúcha em diversos momentos: na identificação civil e criminal, em necropsias e no atendimento a custodiados do sistema penal e vítimas de violência. O tema também faz parte das diretrizes para a formação dos agentes da segurança pública, da Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp).

Pessoas sentadas em poltronas de um auditório
Público presente no seminário promovido pela Divisão de Ensino do IGP - Foto: Ascom/IGP
A primeira palestra foi sobre Educação em Direitos Humanos,  feita pela Defensora Pública do Estado, Cristiane Johann. Ela apresentou trechos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e destacou a atuação da perícia na defesa desses direitos, como casos em que exames de DNA podem inocentar pessoas presas. "É importante que o IGP seja um órgão autônomo. Isso evita perseguições no ambiente profissional", finalizou.
Em seguida, foi a vez da diretora do Departamento Médico-Legal, Angelita Machado Rios, falar sobre as ações do IGP para proteger as vítimas de violência. São ações direcionadas ao atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica e de crianças que sofrem abuso físico ou sexual, estas realizadas nos Centros de Referência em Atendimento Infantojuvenil - Crais. "Além disso, temos as perícias especiais, como em operações de combate à pedofilia e o atendimento a crianças que presenciaram o feminicídio da mãe, às vezes seguido do suicídio do pai", acrescentou Angelita. 
Racismo - o tema do Racismo Institucional também foi tratado no seminário. O conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos,  Ubirajara Toledo, explicou como o racismo moldou a organização da sociedade brasileira, desde a chegada de africanos para serem escravizados. "O racismo integra a organização política e econômica da nossa sociedade", afirmou. Segundo ele, a estrutura racista também está presente no serviço público, como nos casos de abordagens policiais, mais frequentes entre a população negra.
O seminário prosseguiu com a fala da Defensora Pública e presidente da Rede de Direitos Humanos do Sistema de Justiça e Segurança  do Estado do RS, Mariana Py Muniz, que apresentou o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (SNPCT). Ela destacou a importância do trabalho da perícia na comprovação desses casos. "Talvez o elemento mais importante aqui seja a prova pericial, para que se possa buscar a responsabilização. Precisamos do olhar de todos vocês", afirmou. Ela também destacou a utilização do Protocolo de Minessota, destinado aos agentes que investigam a cena do crime,  exames post mortem e cemitérios clandestinos, e a Resolução 414/2021, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece quesitos periciais para exames de corpo de delito em casos de prática de tortura.

Finalizando, o doutor em Ciência Política, Vinícius Lara, saudou a Carteira de Nome Social, que no Rio Grande do Sul é encaminhada pelo IGP, como uma conquista da população LGBTQIA+ (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros,  travestis, transexuais, queers, intersexuais, assexuais e pansexuais. O + representa outras expressões, como o poliamor). Ele fez um histórico das violências sofridas pela população LGBTQIA+ e atentou para a responsabilidade dos servidores da perícia no atendimento dos crimes contra esse público. "É preciso ter esse olhar da perícia criminal para crimes de Lgbtfobia e Transfobia, porque isso são qualificadores do crime", disse.
O Seminário aconteceu no auditório do Ministério Público do RS e foi organizado pela Divisão de Ensino do IGP. "Pretendemos ampliar o curso, com mais temas relacionados ao assunto, para trazer mais conhecimento e qualificar ainda mais os servidores" afirma o chefe da Divisão, Lucas Klassmann.

IGP-RS