Dois peritos da Divisão de Engenharia Legal do IGP participaram de um treinamento com uma das principais polícias técnicas do mundo. O curso foi dado por quatro agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation), que já participaram de missões em países como Afeganistão, Iraque e Síria, além de também trabalharem na investigação de atentados dentro dos Estados Unidos. Peritos das Polícias Civil e Federal de vários Estados também estiveram nas aulas.

Os principais conteúdos do curso foram o exame de locais pós explosões, atuação em incêndios e desabamentos. Para o perito Diogo Posenatto, que é engenheiro civil e atende perícias em assaltos a bancos, um dos principais aprendizados foi com o manejo dos dispositivos explosivos improvisados, as bombas caseiras. Os agentes americanos mostraram como identificar os componentes básicos e o que procurar ao se deparar com esse tipo de dispositivo. Uma palestra sobre os procedimentos pós explosão em agências bancárias, ministrada por uma perita criminal do DF, foi útil para comparar a atuação das perícias. “Pudemos constatar diferenças entre as ocorrências de lá e as que atendemos aqui, o que contribuiu para ampliar nossos conhecimentos”, afirma Diogo. Ele também destacou as aulas sobre a metodologia para trabalhar em grandes locais, com um número grande de vítimas, como em atentados terroristas, cuja forma de atuação é diferente. “Parece tudo distante da nossa realidade, mas eles mostraram que não é tão distante assim”, complementou.

O perito Marcelo Mazzuco ressaltou a qualidade das aulas teóricas e práticas do curso, como a simulação de uma explosão em caixa eletrônico e discussões de caso. “O principal ensinamento do curso foi reforçar a ideia de que a dedicação e a perseverança na coleta de dados no local do crime ajudam a resolver a dinâmica do sinistro”, disse ele.

A formação “Post Blast Investigation” durou 40 horas/aula e aconteceu na sede da Academia de Polícia do DF, de 1 a 5 de abril em Brasília.