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Perícia identifica perfil genético de dois homens em assassinato de indígena

Resultados confirmam que menina foi abusada antes de morrer

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Luz forense foi usada para identificar sêmen nas roupas íntimas da vítima
Luz forense foi usada para identificar sêmen nas roupas íntimas da vítima - Foto: Ascom/IGP
Por Ascom/ IGP

A perícia do IGP-RS comprovou a presença de dois homens na cena do crime que tirou a vida de uma menina de 14 anos, moradora de uma reserva indígena Kaingang no município de Redentora, no norte do Estado. Daiane Sales foi encontrada morta em 4 de agosto.

Perita que trabalhou no caso identificou DNA de dois homens no corpo e nas roupas da menina
Perita que trabalhou no caso conseguiu identificar DNA de dois homens no corpo e nas roupas da menina - Foto: Divulgação/IGP

As análises realizadas pelo Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP  identificaram o DNA de um indivíduo na região dos mamilos da vítima. A análise de fluídos biológicos indicou que havia saliva humana em material coletado da região mamilar. Os peritos ainda analisaram amostras de várias roupas, recolhidas no local onde o corpo foi encontrado. Eles identificaram o perfil genético compatível com o de outro indivíduo em um moletom branco. 

Dois testes (utilizando a luz forense e um imunocromatográfico) indicaram a presença de sêmen na calcinha da menina.  Novos testes estão sendo realizados nos materiais encaminhados à perícia.  As análises serão liberadas em laudo complementar de DNA. A amostra coletada sob as unhas da mão da menina apresentou um perfil de mistura de múltiplos indivíduos, impossibilitando a comparação.

Perícia no local de crime recolheu vestígios
Perícia no local de crime recolheu vestígios - Foto: Divulgação/IGP

Além do trabalho em laboratório, foram realizadas duas perícias no local do crime, pela equipe da 6a Coordenadoria Regional de Perícias, que tem sede em Santo Ângelo. O laudo da necropsia, feita no Posto Médico-Legal do IGP em Três Passos, descartou ferimentos por arma de fogo ou arma branca, mas também constatou que os membros inferiores haviam sido atacados, provavelmente por animais. Por esta razão, não foi possível apontar, no exame de necropsia, se houve violência sexual. As amostras coletadas durante a necropsia, porém, foram fundamentais para o trabalho de perícia laboratorial, que comprovou o ato libidinoso praticado contra a menor de idade.

Perícia em vídeo- também foram enviados para a perícia três arquivos de vídeo com imagens de um ambiente externo, onde se realizava a festa frequentada por Daiana Sales, antes de desaparecer. Os peritos da Seção de Perícias em Áudio e Imagem do IGP fizeram o melhoramento das imagens. Primeiramente foram extraídos quadros estáticos dos arquivos, com o uso de um software específico e então as imagens foram ampliadas, processadas e trabalhadas com correção de brilho e contraste. Na análise pericial, foi possível reconhecer cor, marca, modelo e ano aproximado de fabricação de três veículos que estavam na festa. Em um deles, também foi possível identificar quatro e sugerir três caracteres da placa. Segundo o delegado responsável pelo caso, Vilmar Schaefer, a perícia foi importante para descartar suspeitos. “Naquele momento, o resultado veio para nos dar a segurança de eliminar uma das linhas de investigação e não gastar energia na direção errada”, afirmou.

Os Laudos foram encaminhados para a Polícia Civil e para o Ministério Público do Estado.

IGP-RS