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Perícia em imagens identifica agressões com arma branca a adolescente

Tratamento das imagens identificou suspeito de homicídio segurando objeto semelhante a uma faca

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O perito criminal Luciano Beux fez melhorias nas imagens com o auxílio de softwares antes da análise.
O perito criminal Luciano Beux fez melhorias nas imagens com o auxílio de softwares antes da análise. - Foto: Ascom/ IGP
Por Ascom/IGP

A Seção de Perícias em Áudio e Imagens (SEPAI) do IGP conseguiu identificar que um dos suspeitos do homicídio de um adolescente de 16 anos, morto a facadas durante uma briga generalizada em Rosário do Sul, aparece portando um objeto semelhante a uma faca e fazendo movimentos de golpes contra a vítima. Foram analisados dois vídeos, onde aparecem três suspeitos no momento da confusão, na madrugada do dia 30 de outubro.

Nas imagens, em baixa qualidade, os movimentos da vítima e dos outros três envolvidos aparecem confusos, sendo difícil distinguir quem desferiu o golpe e qual objeto portava. A solicitação foi feita pelo Ministério Público do município, com o objetivo de identificar a arma usada no crime e o autor.

Os arquivos - uma gravação de celular enviada pelo Whatsapp e uma de câmera de segurança - passaram por melhorias em software específico antes da análise. Esse melhoramento é feito com ajustes em parâmetros como contraste e iluminação das imagens, em um processo manual, de tentativa e erro. Depois, as imagens são analisadas pelo perito criminal, que vê diversas vezes cada frame - imagens estáticas que, em sequência, formam o vídeo - com atenção aos detalhes. “Se o vestígio está na imagem, a gente consegue recuperar”, diz  o relator do exame, perito criminal Luciano Beux. Apesar do uso do software para melhorar, reproduzir e dar zoom em determinados elementos, a análise das imagens depende do olhar dos peritos. “Não tem nada automático. O trabalho é intelectual e braçal”, completa Beux. 

Nem todo caso é como esse: imagens com qualidade muito baixa, mesmo após todos os melhoramentos disponíveis, podem não conter dados suficientes para permitirem a identificação de uma pessoa, ação ou objeto. “Em CSI (seriado de televisão americana que mostra o trabalho da perícia) eles conseguem ver o reflexo de alguém num parafuso ou num óculos, isso é coisa para televisão”, conta Luciano. “Se a informação não está ali, não tem como recuperar”, complementa. 

A perícia levou em torno de duas semanas. O laudo, com 16 páginas, foi encaminhado ao Ministério Público.

Texto: Tabata Kolling/estagiária

Edição: Angélica Coronel/Ascom IGP

 

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