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Perícia em DVR´s desafia o IGP

Dificuldades neste tipo de perícia e acesso até a dados apagados estão em livro lançado por perito

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Perícia digital: da investigação à análise forense - 2a Edição
Perícia digital: da investigação à análise forense - 2a Edição - Foto: Divulgação
Por Ascom IGP

Um crime acontece e não há testemunhas. No local, dificuldade para conseguir impressões digitais ou outros vestígios. Mas há uma maneira de esclarecer os fatos: câmeras de vídeo próximas ao local. A polícia faz a busca e encaminha os DVR´s (Digital Vídeo Recorders), onde ficam armazenadas as imagens, para o Instituto-Geral de Perícias/RS. Mas, ao examinar o conteúdo, surge uma dificuldade extra: os discos foram apagados. Será o fim da investigação?

Perícia digital: da investigação à análise forense - 2a Edição
Perícia digital: da investigação à análise forense - 2a Edição - Foto: Divulgação

Essa situação, aparentemente hipotética, é bem corriqueira no trabalho do perito criminal Evandro Dalla Vecchia, do Departamento de Criminalística do IGP. Mas até chegar ao conteúdo dos vídeos, são vários desafios. O primeiro é recuperar o conteúdo deste tipo de mídia, cada vez mais comum em sistemas de videomonitoramento. O problema é que, na maioria das vezes, o produto é chinês, e o manual de instruções, quando existe, não é traduzido pelos vários fabricantes – além disso, cada um tem um método diferente de análise. Para completar, a maioria dos softwares usados para recuperar dados em telefones celulares, por exemplo, não lê esse tipo de mídia. Ainda assim, o perito garante que é possível acessar as gravações. “Mesmo os que parecem deletados podem ser recuperados. Se não foi gravado nada por cima, é possível recuperar”, afirma ele.

Há ainda um desafio adicional: a falta de bibliografia disponível. Até agora, apenas alguns artigos abordavam o tema. A lacuna foi preenchida com o lançamento da 2a edição do livro Perícia digital: da investigação à análise forense (Ed. Millennium, 424 páginas). Nele, há um capítulo inteiro dedicado à análise dos DVR´s, resultado das observações feitas por Evandro na Seção de Informática Forense do IGP e também da teoria, compartilhada nas aulas em Universidades e em cursos de pós-graduação. “A ideia foi facilitar a vida dos peritos que trabalham com DVR´s”, conta Dalla Vecchia.

A publicação é destinada a peritos criminais e cíveis e a profissionais das áreas de Tecnologia da Informação e Direito. Entre os temas abordados estão as redes de computadores, softwares maliciosos e fundamentos do Direito Digital. A nova edição também conta com capítulos dedicados a exames periciais em locais de crime de internet e Engenharia Reversa. Uma nova edição talvez já conte com o próximo desafio do perito: a perícia em chips que armazenam dados, a chamada IoT – Internet das Coisas.

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