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Nova câmara fria é inaugurada no Departamento Médico-Legal

Maior obra dos últimos 14 anos também trouxe melhorias na sala de necropsias do DML

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Nova câmara fria tem gavetas que permitem limpeza e manutenção individuais
Nova câmara fria tem gavetas que permitem limpeza e manutenção individuais - Foto: Ascom/IGP
Por Ascom/IGP

Depois de passar por uma grande reforma, a câmara fria e a sala de necropsias do Departamento Médico-Legal de Porto Alegre foram inauguradas nesta 6a feira, 01. A solenidade contou  com a presença do secretário da Segurança Pública, coronel Cesar Vanius Santarosa. A obra, no valor de 2 milhões e 338 mil reais, iniciou em julho do ano passado, com recursos do Fundo Especial de Segurança Pública.  

A câmara fria – local onde ficam armazenados os corpos que já passaram por necropsia - recebeu as maiores modificações. A começar pela porta, agora com sensor automático. As paredes e o teto, antes pintados de preto, receberam azulejos brancos e mais iluminação. O piso também foi trocado. E com a substituição da fiação elétrica, deve haver economia no gasto de energia.

Mas a principal inovação está nas novas câmaras refrigeradas, que agora possuem sensores individuais. Isso permite que elas sejam higienizadas e passem por manutenção sem precisar desativar as demais. Das 69 gavetas (antes da reforma eram 54), 14 podem alcançar os -18oC necessários para o congelamento e evita ao máximo a decomposição dos corpos. As outras gavetas possuem temperatura de 2o a 6o C, resfriando os que estão prestes a serem liberados para os familiares ou para inumação – uma Instrução Normativa permite que sejam enterrados em gavetas individuais e identificadas, em cemitérios públicos, caso não sejam retirados em 30 dias. Antes, a temperatura da câmara variava, e qualquer reparo só podia ser feito com o desligamento de toda a estrutura.

O chefe do Necrotério, perito médico-legista Victor Binda, lembra que a atividade de necropsia é difícil, e que as condições dos corpos impactam o trabalho dos servidores. “A reforma vai facilitar o transporte, o acondicionamento e a localização dos corpos. Com a temperatura adequada elimina-se a produção dos resíduos provenientes da decomposição”, aponta. “O novo necrotério permite armazenar os corpos com mais dignidade e respeitando os princípios de biossegurança, até que sejam entregues às famílias”, acrescenta.

Sala de necropsias recebeu novos piso e equipamentos
Sala de necropsias recebeu novos piso e equipamentos - Foto: Ascom/IGP

Os novos módulos podem ser removidos e instalados em outro lugar. A previsão é de que nos próximos anos seja construído um novo prédio para o DML, junto ao Centro Regional de Excelência em Perícia Criminal (Crepec). Enquanto isso não acontece, a área onde ficou provisoriamente instalado o contêiner recebeu instalações elétricas mais robustas. Isso vai permitir que o contêiner seja acionado rapidamente, nos casos em que a câmara fria não for suficiente para armazenar todos os corpos, como um desastre aéreo, por exemplo.

As mudanças se estendem ao longo de toda a área do necrotério. Uma sala foi revitalizada, para que possa ser usada pelas famílias enquanto aguardam para reconhecer os corpos. E a sala onde são realizadas as necropsias recebeu piso em granitina – além da mudança estética, o novo piso permite uma limpeza mais adequada.

Essa é a maior reforma do DML nos últimos quatorze anos. As mudanças no Departamento começaram antes mesmo do início das obras, com a chegada de novos equipamentos, como focos cirúrgicos portáteis, paquímetros e tremas. A sede do DML realiza cerca de 50% de todas as necropsias feitas no RS. A área de atuação compreende a capital e outros nove municípios da região metropolitana: Alvorada, Barra do Ribeiro, Eldorado do Sul, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Mariana Pimentel, Sertão Santana e Viamão.

A Diretora-Geral do IGP, Heloisa Kuser, conta que a reforma era uma reivindicação antiga dos servidores. “O atendimento do DML costuma ser um local de comoção, e isso afeta a equipe. A melhoria no ambiente de trabalho mostra a preocupação com os servidores, além de qualificar o atendimento aos familiares”, afirma. “Do início do projeto à finalização da obra, foram menos de três anos. Esta entrega prova a preocupação desta gestão com o DML”, finaliza.

IGP-RS