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Informática forense recebe 25 novos computadores

Com novos equipamentos, o tempo de entrega dos laudos deve ser reduzido

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Perito trabalha em novo computador
Novos computadores são adequados para o trabalho na Seção, que exige grande capacidade de processamento e armazenamento - Foto: Ascom/IGP
Por Ascom/IGP

A Seção de Informática Forense do Instituto-Geral de Perícias recebeu 25 computadores novos, no valor de R$30.800,00 cada um, totalizando R$770 mil em investimento. As máquinas são adequadas ao tipo de trabalho feito na Seção, que é a busca por provas de crimes, como pornografia infanto-juvenil, pedofilia na internet, agressões e até homicídios. Elas podem funcionar de modo ininterrupto, processando e armazenando um grande volume de dados, sem precisar de dispositivos externos. “Essas características auxiliam os peritos a analisar uma maior quantidade de material em busca de provas de modo mais rápido, diminuindo também o tempo de produção dos laudos”, estima o chefe da Seção, perito criminal Márcio Faccin.

Os monitores também contam com alta resolução, o que possibilita a visualização de mais detalhes das imagens. As duas telas permitem análises paralelas de diferentes materiais de um mesmo caso. Isso é necessário porque cada caso tem em média entre um e dois equipamentos para serem periciados, mas alguns podem chegar a 35 dispositivos - alguns possuem mais de 1 terabyte de arquivos (unidade de medida de memória de eletrônicos). 

Para obter as provas, os peritos da Seção utilizam softwares para o reconhecimento de conteúdos suspeitos, que ajudam os profissionais a priorizar o que será analisado em cada dispositivo. Esses programas também terão a agilidade aumentada pela velocidade e quantidade de espaços de armazenamento dos novos computadores, que possuem dois HD’s (parte que armazena os arquivos do computador ) e dois SSD’s (similares aos HD´s, mas com acesso mais rápido). “Todo mundo tem o celular na mão. A partir disso (a perícia) é possível mostrar que a pessoa estava num determinado local, extrair ou recuperar uma conversa; conseguimos buscar muita coisa que foi apagada dos aparelhos. As ferramentas que temos nos ajudam a recuperar essas coisas, mas no fim das contas o trabalho de análise do perito acaba sendo o diferencial” afirma Faccin.

Novo servidor em destaque. Equipamento armazena uma grande quantidade de informações.
Novos equipamentos incluem, além dos computadores, um servidor e Cellebrites - Foto: Ascom/IGP
Os novos computadores se juntam a outros equipamentos adquiridos há pouco tempo, e que vem qualificando o trabalho da Seção, como um servidor para o armazenamento de dados e novos Cellebrites - máquinas que fazem a extração do conteúdo de celulares, notebooks, tablets e HD´s recebidos para perícia. Outro recém chegado é o Cellebrite Premium, que faz o desbloqueio de senhas de celulares. Recentemente, ele foi usado em um celular que foi enviado para perícia há aproximadamente dois anos, sem que fosse possível desbloqueá-lo. O equipamento  possibilitou o desbloqueio e o acesso ao conteúdo. Dentre os dados que foram extraídos, estava um vídeo que mostrava um homicídio. Cruzando a data de gravação com as perícias em locais de morte realizadas no período, foi possível identificar o caso ao qual as imagens estavam ligadas, auxiliando na investigação policial. “A prova técnica, fornecida pela seção de informática, é muito difícil de ser derrubada ou questionada”  afirma o diretor do Departamento Administrativo do IGP, Marcelo Nadler.

O número de servidores também cresceu: são 14 novos peritos desde que começaram a ser chamados os servidores do concurso realizado em 2017, totalizando 20 especialistas na área. “A ideia é atender cada vez mais rápido, para dar uma resposta cada vez melhor. O governo fez um investimento pesado, então temos que fazer a contrapartida de cada vez prestar um serviço melhor para a sociedade”, completa Nadler.

Para 2023, está previsto o recebimento de mais dois equipamentos Cellebrite, e de um equipamento para o desbloqueio de HDs e outros equipamentos criptografados. O investimento total, feito pelo governo do Estado em 2022, chegou a mais de R$10 milhões. “Perícia de informática não se faz sem tecnologia, sem equipamento”, resume Nadler. Com os avanços nos equipamentos utilizados em circunstâncias suspeitas e sua utilização cada vez mais frequente, a demanda por atendimentos da informática forense vem aumentando - em 2022, foram 785 requisições de perícias em celulares, notebooks, pen drives, HD’s e outros dispositivos digitais. 

Perito realiza seu trabalho em um dos novos computadores
O investimento total em equipamentos foi de mais de R$10 milhões - Foto: Ascom/IGP

Participação em Operações - entre as atividades da Seção, estão a participação frequente em operações policiais que visam combater a pedofilia na internet. Os peritos analisam os equipamentos apreendidos com os suspeitos. A análise preliminar feita no local permite a prisão em flagrante, quando o material pornográfico é encontrado: “A gente consegue dar essa resposta melhor para as famílias, para as vítimas, para a sociedade toda. Então acho que esse é o melhor legado dos últimos anos aqui, é a gente conseguir fazer esse trabalho num tempo melhor. (...). São centenas de crianças violentadas, mulheres violentadas, homicídios que não tinham solução, e agora a gente consegue atender”, afirma Nadler.

Texto: Tábata Kolling/ Estagiária
Edição: Angélica Coronel/ Ascom IGP

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