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IGP possui equipe exclusiva dedicada a acidentes de trânsito

No Maio Amarelo, peritos dão dicas para evitar acidentes. Saiba como é o trabalho deles.

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Peritos do IGP atendem acidente de trânsito com vítima fatal
Peritos do IGP atendem acidente de trânsito com vítima fatal - Foto: Ieda Beltrão Arte: Cíntia Ruschel/ Design/SSP
Por Ascom/IGP

Basta uma notificação no sistema integrado de segurança ou no grupo de Whatsapp e os peritos do IGP já sabem que as estatísticas de vítimas fatais no trânsito gaúcho acabaram de aumentar. A mensagem é a senha para que a equipe se desloque ao local do acidente e entre em ação, fazendo cálculos e buscando vestígios que demonstrem a dinâmica das cenas. Em 2018, essa cena se repetiu 251 vezes, só na Região Metropolitana de Porto Alegre.

O IGP possui uma equipe dedicada exclusivamente ao atendimento de acidentes de trânsito. Os sete peritos, todos Engenheiros Mecânicos, atuam em Porto Alegre e Região Metropolitana, em regime de plantão, 24 horas por dia, para o pronto atendimento no local do acidente, nos casos de vítimas fatais. “Esse diferencial eleva a qualidade dos laudos”, afirma a Diretora do Departamento de Criminalística, Sheila Wendt. Outro grupo atua nos depósitos do Detran, onde são periciados os veículos envolvidos em acidentes. Sheila destaca que se trata de uma atividade arriscada, por causa da possibilidade de atropelamentos, e difícil, dependendo da quantidade de carros envolvidos. Uma perícia com vários veículos pode durar mais de três horas. No interior, o atendimento é feito pelos peritos das Coordenadorias Regionais de Perícias, o que abrange todas as regiões do Estado, também 24 horas por dia. "Nestes casos, o principal desafio são as grandes distâncias que os peritos precisam percorrer para realizar o atendimento", afirma a diretora, ressaltando que tanto na capital quanto no interior, apesar das dificuldades, a dedicação em esclarecer os acidentes é a mesma.

O trabalho é minucioso. Com o local isolado, é preciso coletar evidências: uma placa de parada obrigatória, por exemplo, pode indicar que o desrespeito à sinalização causou o acidente. Uma dúvida se o carro capotou porque a roda se soltou, ou se foi o contrário, podem ser esclarecidas com o exame nos veículos, que são periciados para apontar problemas no freio, na direção ou no eixo, por exemplo. A situação das vítimas também é considerada. Em um atropelamento, o lado do corpo com mais lesões ajuda a apontar como tudo aconteceu. Neblina e chuva também contribuem para os sinistros.

Wilson Toresan é o mais antigo integrante da equipe de Acidentes de Trânsito. Há 18 anos ele trocou as aulas na Universidade Federal do RS pelos laudos criminalísticos. Usa a Matemática para fornecer as informações necessárias à Polícia e à Justiça. As marcas de freagem dos pneus no asfalto, por exemplo, servem para calcular a velocidade no momento da batida. Ele afirma que a velocidade é sempre um fator decisivo. “Se estiverem correndo, potencializa bastante o efeito do acidente. Pode fazer a diferença entre a vida e a morte da vítima”, afirma, acrescentando que ainda acontecem óbitos por causa da falta do uso do cinto de segurança. “Nosso corpo é muito frágil. Uma batida a 50, 60 quilômetros por hora já é suficiente para quebrar a coluna cervical”, ele alerta. Também conta que os motociclistas são as principais vítimas que costuma atender. Mesmo com dezoito anos de atuação, ele ainda se choca quando chega ao local dos acidentes. “Tenho um filho de 18 anos. Ver um menino desta idade, ou uma criança morta no trânsito dói ainda mais”, lamenta.

A colega de Wilson, Greice Amorim, concorda. Ela ainda se surpreende com a quantidade de pessoas mortas em acidentes que poderiam ser evitados. “Um carro entrou na contramão em plena BR 448, a Rodovia do Parque. O motorista morreu e o outro, que vinha no sentido correto, também”. Ela também alerta para o crescente número de acidentes envolvendo o celular. “Já vi um vídeo de um atropelamento em que a pessoa que estava teclando olhou pro lado oposto ao sentido da via na hora de atravessar”, conta.

CONSCIENTIZAÇÃO - Em 2018, o IGP realizou 646 perícias de acidentes de trânsito com vítimas fatais no local do fato em todo o Estado, e recolheu 1280 veículos para serem examinados nos depósitos do Detran. Desde 2011 existe o Maio Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre os acidentes de trânsito. Para evitá-los, é preciso usar sempre o cinto, respeitar o limite de velocidade, fazer a revisão do veículo. Mas o principal, para Greice, é a atenção. “É surpreendente ver onde uma atitude impensada pode nos levar. A maior parte dos acidentes poderia ser evitada” conclui, alertando que a causa principal é o comportamento humano. Para o perito Wilson a principal dica é a empatia. "É preciso se preocupar com o próximo, ter consciência de que não estamos sozinhos no trânsito”.

IGP-RS