IGP lidera ranking de identificação de indivíduos por DNA no país
Pela 6ª vez, Banco de Perfis Genéticos do IGP/RS lidera em número de vínculos genéticos entre familiares e pessoas desaparecidas
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O IGP continua na liderança no número de ranks, ou seja, de identificação de vínculos genéticos entre familiares e pessoas desaparecidas. Segundo o XV Relatório da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), desde o início desse trabalho de processamento, foram 60 ranks só da perícia gaúcha, de um total de 156 no país inteiro. O Relatório é organizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), com base nos dados fornecidos pelos laboratórios de genética forense de 22 Estados. No último relatório, divulgado em maio, o IGP manteve a liderança com 35 ranks.
A identificação se dá por meio do processamento das amostras de DNA não identificadas e da comparação com o material biológico de familiares que buscam seus desaparecidos. O trabalho, realizado pelo Laboratório da Divisão de Genética Forense do Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP, se utiliza do Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), onde constam mais de 5.251 perfis de restos mortais não identificados. Entre os estados brasileiros, o RS possui hoje o segundo maior banco de perfis genéticos de pessoas desaparecidas, com 1.086 amostras. “A cada 10 pessoas desaparecidas identificadas pelo Banco de Perfis Genéticos no Brasil, 4 são identificadas pelo Banco de Perfis Genéticos gaúcho. Isso é reflexo de o IGP-RS priorizar todos os casos de identificação humana como urgência, assim que entram na instituição.Entendemos que os familiares de pessoas desaparecidas ou que precisam do IGP-RS para o serviço de identificação humana já passam por um sofrimento diário pela perda ou busca de seu familiar e que é nosso dever como serviço público minimizar esse sofrimento”, afirma o perito criminal Gustavo Kortmann, chefe da Divisão de Genética Forense do IGP.
O IGP também se destacou em outras categorias do Relatório, ao atingir o número de 9.321 perfis genéticos de condenados do sistema penal gaúcho inseridos no BNPG, o que coloca o RS em quarto lugar no ranking nacional. A marca de 10 mil coletas de material genético em apenados foi conquistada este ano (leia aqui). Segundo Kortmann, hoje o IGP-RS possui 11.338 amostras biológicas de condenados enquadrados no Art. 9º-A da Lei de Execução Penal coletadas, das quais cerca de 2 mil ainda estão em processamento para inserção no BNPG. A análise das amostras de condenados, que podem apontar a presença de um criminoso em um local de crime ou inocentá-lo de uma acusação, ajudaram a elucidar treze investigações criminais de novembro de 2020 a novembro de 2021. Entre os casos elucidados, está o de um arrombamento na Companhia Riograndense de Artes Gráficas (Corag), ocorrido em 2017, em Porto Alegre. O material genético do preso foi coletado em janeiro deste ano na Penitenciária Estadual de Jacuí, onde ele cumpia pena por estupro, e cruzada com vestígios de sangue deixados no local. A autoria do crime, que até então era desconhecida, foi revelada.
Com a inserção de 3.138 novos perfis genéticos neste semestre, o IGP apresentou o segundo maior crescimento no ranking nacional em número de perfis genéticos coletados e inseridos no Banco. Ao todo foram inseridos 25.790 perfis genéticos no país neste período. Desde o início do BNPG, em 2013, o IGP já inseriu 11.521 perfis genéticos coletados de vítimas (identificadas ou não), familiares, condenados do sistema penal e vestígios de local de crime, uma contribuição que coloca o Estado em 4º lugar no ranking nacional, considerando a totalidade de perfis genéticos inseridos no BNPG.
Resultados do Mutirão - Este ano, o IGP registrou uma alta expressiva no número de pessoas que têm familiares desaparecidos e procuraram o Banco para coletar material genético. “Tivemos neste semestre um crescimento de 54% no número total de familiares de pessoas desaparecidas (atualmente são 564), decorrente do mutirão de coleta de familiares de desaparecidos, realizado em junho e campanhas de divulgação do projeto ao longo do ano. Esse crescimento na captação de familiares resultou num aumento de 69% no número total de identificações de pessoas desaparecidas”, afirma Kortmann. Em junho, o IGP, junto à Polícia Civil, realizou um mutirão de coleta de DNA no Estado, para tentar identificar pessoas desaparecidas por meio do vínculo genético. Foram coletadas 198 amostras de material genético de familiares de pessoas desaparecidas. Quatorze amostras resultaram em identificação.
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Texto: Bruna Silva / estagiária
Edição: Angélica Coronel