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Equoterapia ajuda a realizar perícias

Técnica implantada pelo Centro de Referência em Atendimento Infantil do IGP tem bons resultados em casos mais graves

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 Perita e criança usam os cavalos no 4o RPMon, em Porto Alegre
Perita e criança usam os cavalos no 4o RPMon, em Porto Alegre
Por Ascom/IGP

A manhã de inverno tinha sol e temperatura agradável. No 4o Regimento de Polícia Montada da Brigada Militar na Capital, um garoto de nove anos olha desconfiado para o cavalo Retruco. Depois de alguma resistência, aceita montar no animal, e inicia o passeio acompanhado pela coordenadora do Centro de Referência em Atendimento Infantil, o Crai, mantido pelo IGP em parceria com a Polícia Civil e a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre.

Perita conversa com criança vítima de trauma
Perita conversa com criança vítima de trauma

O objetivo era aproveitar os benefícios da equoterapia, método terapêutico que ajuda na socialização e no tratamento de traumas – caso do garoto, que testemunhou um crime. Os momentos tranquilos e de confiança mútua possibilitaram mais uma etapa de realização da perícia psíquica, que havia iniciado na sede do Crai, no Hospital Presidente Vargas. O trauma sofrido pela criança dificultava a aplicação do protocolo de entrevista investigativa, usado em casos menos graves. “O cavalo entra como um facilitador, capaz de mobilizar as emoções” explica Angelita Rios, coordenadora do Crai. “A intervenção com equinos permite o acesso a lembranças armazenadas na memória”, conclui ela. Com a sessão de equoterapia foi possível avançar em pontos importantes para a confecção do Laudo. Outras sessões devem ajudar a finalizar o atendimento.

A técnica inovadora começou há dois anos, com outra criança que testemunhou um crime violento. “Poucos Estados realizam perícia psíquica oficial específica. Possivelmente somos pioneiros também nesse tipo de atendimento (com equoterapia)” explica Angelita Rios. O serviço realizado pelo IGP foi o primeiro implantado no país, e ajudou a romper com a ideia de que a prova material é a única relevante para o esclarecimento de crimes de conteúdo sexual.

A intenção agora é firmar um convênio com a Brigada Militar, para continuar o atendimento aos menores e também para servidores da Segurança Pública que estejam passando por sofrimento psíquico.

IGP-RS