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Como a perícia levou à prisão de estuprador em série

Trabalho de peritos do IGP confirmou ligação entre casos

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Perita Grasiela avalia carro do suspeito: meses de trabalho levaram à prisão
Perita Grasiela avalia carro do suspeito: meses de trabalho levaram à prisão - Foto: Divulgação/IGP
Por Ascom/IGP

            Foi com a sensação de dever cumprido que a perita criminal Grasiela Disegna, do Departamento de Criminalística do IGP, acompanhou a prisão de um homem acusado de estupro de várias mulheres, no último dia 19 em Porto Alegre. Era o desfecho aguardado pela profissional desde que surgiram os primeiros vestígios sobre a atuação de um criminoso em série na zona sul da capital.

            As desconfianças começaram em dezembro de 2019, ao fazer a coleta de material biológico após um estupro em um estabelecimento comercial. O homem estava armado com uma faca, usava uma mochila e roubara poucos pertences. Grasiela percebeu que o caso tinha características bem semelhantes a outro, atendido em fevereiro daquele ano. Entrou em contato com os colegas da Divisão de Genética Forense, para sugerir a comparação do material genético coletado nos dois crimes. Descobriu que havia um terceiro caso de estupro com histórico similar, também envolvendo uma comerciante da zona sul da cidade. As três análises genéticas foram então comparadas - e apontaram para o mesmo autor.

            Grasiela e o colega Anderson Morales  analisaram o perfil das vítimas, o modus operandi e o perfil do agressor. O estudo revelou uma série de coincidências, que foram levadas ao Departamento de Polícia Metropolitana (DPM) da Polícia Civil. O contato resultou em uma linha de investigação, baseada em um agressor em série que atuava na zona sul de Porto Alegre. Uma busca por ocorrências semelhantes resultou em oito casos, possivelmente com a mesma autoria.

             As investigações apontaram para um assaltante, de 44 anos. No dia em que a prisão preventiva foi decretada, Grasiela acompanhou a busca e apreensão na casa do suspeito e realizou a perícia no carro que ele utilizava, novamente coletando material genético para comparação. O conhecimento do caso facilitou as coisas: a mochila descrita pelas vítimas estava no veículo, bem como diversas peças de roupas, que foram identificadas e recolhidas.

            As vítimas foram chamadas para o reconhecimento na Delegacia de Polícia. Elas entravam na sala chorando, emotivas. Saíam com um semblante de alívio. “Uma delas me disse: - agora vou poder voltar a viver, muito obrigada!” conta a perita. “Não há o que supere a sensação de ter feito a diferença e ajudado a fazer justiça”, finaliza.

IGP-RS