A primeira unidade do Centro de Referência em Atendimento Infanto-juvenil (CRAI) no interior do Estado foi inaugurada nesta 2a feira (2), em Caxias do Sul. A assinatura do Termo Aditivo de Convênio para implantação do serviço foi realizada pelo governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, e a Fundação Universidade de Caxias do Sul, por meio do Hospital Geral de Caxias do Sul.
Representantes do IGP, diretora Marguet Mittmann (5a esq p dir) e perita médico-legista Angelita Rios (6a esq p dir)
O CRAI atende menores de 18 anos com suspeita de serem vítimas de violência física e sexual. O Instituto-Geral de Perícias é o órgão responsável pela realização das perícias físicas e psíquicas que investigam o abuso. Utilizando um protocolo internacional, peritos criminais com formação em Psicologia e peritos médico-legistas com especialização em Psiquiatria realizam os exames físicos e a escuta da vítima. O objetivo é cumprir a chamada Lei da Escuta Protegida (13.431/2017), que prevê que a criança seja ouvida apenas uma vez. As conclusões do Laudo pericial permitem incriminar ou inocentar os acusados sem que a criança precise reviver o sofrimento, ao relatar a violência repetidamente. Entre menores de até 10 anos de idade, a perícia psíquica nos casos de abuso sexual infantil é a única evidência forense de violência em aproximadamente 95% dos casos.
“A implantação do Crai em Caxias concretiza um serviço que já vinha sendo oferecido, e torna o IGP mais próximo das famílias em um momento tão sensível" afirma a Diretora-Geral do IGP, Heloisa Kuser, que foi representada pela diretora do Departamento de Perícias do Interior, Marguet Mittmann no evento de inauguração. Além do IGP, o Crai é composto pelo atendimento inicial em saúde, pela Polícia Civil, que registra a ocorrência, e pelo Ministério Público, que apresenta a denúncia após a confirmação do abuso. A implantação dos Centros no interior é uma das metas do RS Seguro, programa estruturante do governo na área da Segurança Pública. Emdezembro do ano passado, foi lançado um guia prático para orientar municípios na implantação do serviço. Também será lançado um curso EAD para gestores envolvidos com a temática.
Em muitos casos, a perícia psíquica é a única que consegue provar o abuso
- Foto: Ascom/IGP Desde 2018, o IGP vem descentralizando o processo de realização das perícias psíquicas em adultos e crianças - este antes restrito ao Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, em Porto Alegre. Atualmente, as perícias são realizadas em Bento Gonçalves, Canoas, Camaquã, Erechim, Lajeado, Passo Fundo, Pelotas, São Leopoldo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santana do Livramento e Santa Rosa. Conforme dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN do Ministério da Saúde (MS), são registrados 27 casos de violência contra crianças e adolescentes por dia no Estado. Cerca de 25% destes são de violência sexual. Entre 2018 e 2020, 29.320 crianças e adolescentes foram vítimas, sendo 6.659 de violência sexual.
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