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Acordo inédito qualifica trabalho do IGP no processamento de material genético de condenados

Análise do material permite identificar autoria de crimes

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Laboratório do IGP é o responsável pelo processamento das amostras
Laboratório do IGP é o responsável pelo processamento das amostras - Foto: Gregori Bertó/SSP
Por Ascom/IGP

O Rio Grande do Sul Estado deu mais um importante passo para o combate à criminalidade. Nesta 3ª feira, foi assinado um Acordo de Cooperação para agilizar a coleta e o processamento de perfis genéticos de presos condenados. O RS é o primeiro Estado do país a unir

Assinatura do acordo no Palácio Piratini. Dir Heloisa Kuser, Sec Cesar Faciolli, des Teresinha Kubiak, gov Eduardo Leite
Assinatura do acordo no Palácio Piratini. Dir Heloisa Kuser, Sec Cesar Faciolli, des Teresinha Kubiak, gov Eduardo Leite - Foto: Ascom/IGP
o Poder Executivo, o Judiciário e o Ministério Público do RS em torno desse objetivo. É a ciência a favor da Segurança Pública. 

Em solenidade no Palácio Piratini, assinaram o acordo o governador Eduardo Leite, a corregedora-geral do Tribunal de Justiça, desembargadora Vanderlei Teresinha Kubiak, o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do RS, Fabiano Dallazen, o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, o secretário da Administração Penitenciária, Cesar Faccioli, a chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, e o superintendente dos Serviços Penitenciários, Cesar da Veiga. A a diretora-geral do Instituto-Geral de Perícias (IGP), perita criminal Heloisa Kuser, também participou da assinatura. "Este acordo de cooperação traz para junto do trabalho do IGP outras instituições. Isso fortalece o trabalho que o IGP já vem fazendo e reforça a necessidade e importância destas coletas, para que possamos ter uma maior resposta e agilidade para o cidadão".

Em respeito aos protocolos de prevenção da Covid-19, apenas as autoridades estiveram presentes, com participação por vídeo do presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), Márcio Schiefler Fontes, e do perito federal da secretaria nacional de Segurança Pública Guilherme Silveira Jacques. O ato teve transmissão ao vivo pelas redes sociais.

O acordo vai facilitar o acesso dos peritos criminais às casas prisionais e às listagens de presos com as condenações, melhorando a produtividade das equipes nos mutirões de coleta e trazendo como consequência o aumento no número de perfis coletados. A qualificação do atendimento pelos órgãos da Segurança, por meio da digitalização dos serviços faz parte do 3º eixo do RS Seguro – programa estruturante do governo para a área da Segurança Pública. O compromisso firmado entre as instituições também vai reduzir a burocracia nos expedientes administrativos de comunicação à Polícia Civil das identificações verificadas ou de informação ao Judiciário quanto à eventual recusa de algum detento em fornecer o material genético, o que resulta em sanção durante o cumprimento da pena.

Coordenador nacional da Rede de Perfis Genéticos destacou o trabalho do IGP
Coordenador nacional da Rede de Perfis Genéticos destacou o trabalho do IGP - Foto: Imagem tirada da internet
Durante a solenidade, o coordenador da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, Guilherme Jacques, fez uma apresentação sobre o trabalho integrado entre os Estados. O perito salientou a importância da ferramenta para que se evitem condenações equivocadas. Jacques estacou o papel do IGP e dos dados genéticos para a comprovação da inocência de um homem, que tinha sido reconhecido como autor de um estupro. No entanto, a análise dos seus dados genéticos, feita pelo Laboratório do IGP comprovou a sua inocência. "O Instituto-Geral de Perícias foi um exemplo para o Brasil, por ter sido um dos primeiros a utilizar o Banco de Perfil Genético", destacou.

O vice-governador e secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, destacou que este é mais um avanço na área de Segurança Pública. "O Banco de Perfis Genéticos vem a qualificar as ações na área criminal e fortalecer o sistema de justiça criminal", acrescentou.

O governador do Estado, Eduardo Leite, salientou a importância da união dos órgãos para o combate ao crime.  “O crime não respeita as fronteiras que nós estabelecemos no papel. Nem as divisas entre um Estado e outro, nem a divisão que nós fazemos das responsabilidades, entre União, Estados, municípios e todos os Poderes. Se o criminoso despreza isso completamente, nós não podemos atuar de forma compartimentada se desejamos vencer o crime e entregar para o mesmo destinatário, porque a sociedade é uma só, um local melhor para viverem, com segurança, tranquilidade e paz. Por isso, esse acordo é tão importante, porque integra os potenciais e o trabalho de cada um para que se aplique a justiça e se tenha uma sociedade melhor”, ressaltou o governador.

Coleta feita por perita criminal em condenado por crime hediondo
Coleta feita por perita criminal em condenado por crime hediondo - Foto: Divulgação/IGP
Coletas no RS- a coleta e o processamento dos perfis genéticos são executados pelo Instituto-Geral de Perícias desde 2014. Eles são inseridos no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), administrado nacionalmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP/SENASP). Apenas presos com condenações previstas na Lei 12654/2012 (condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, homicídio, roubo com emprego de arma de fogo, extorsão mediante sequestro, estupro) podem fornecer o material.

Em março de 2021, IGP ultrapassou a meta de 3000 coletas em presídios, estipulada com Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP/SENASP) para o biênio 2019/2020. Foram realizadas 3.342 coletas. Grande parte deste esforço aconteceu no Complexo da Penitenciária Estadual de Canoas (PECAN I, PECAN II, PECAN III e PECAN IV), na Penitenciária Estadual de Charqueadas (PEC) e na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC) e na Penitenciárias Estadual do Jacuí (PEJ), onde foram coletadas 1825 amostras de saliva dos condenados enquadrados na lei.

Com esse resultado, o Banco de Perfis Genéticos do IGP/RS chegou à marca de 6.160 amostras genéticas de condenados, ante 3.116 até novembro de 2019. O RS está em 5º lugar, entre 20 laboratórios periciais de todo o país, no número de amostras armazenadas de condenados. “O cumprimento da meta vai permitir o aporte de cerca de R$ 1,8 milhão para o governo do Estado, além de garantir o fornecimento de mais insumos para mais coletas nos próximos anos”, comemorou a diretora Heloisa Kuser.

IGP-RS