Perícia comprova envolvimento de veículo em crime brutal
Homem teve pescoço dilacerado por carro
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A busca por vestígios de sangue oculto em um carro e a posterior obtenção de perfil genético provou o envolvimento do veículo na tentativa de homicídio de um homem, em Porto Alegre. O crime aconteceu no dia 16 de abril no bairro Restinga, na zona sul da cidade. Após uma discussão, o acusado atropelou e depois passou com o carro diversas vezes em cima do corpo, patinando a roda dianteira do veículo sobre o pescoço da vítima já caída.
O carro - um Ford Fiesta vermelho - e o acusado só foram localizados pela Polícia Civil mais de dois meses após o crime. Em 21 de junho, o Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP foi acionado para realizar o exame de luminol, que detecta vestígios de sangue oculto. “Havia muita incerteza sobre a possibilidade de se obter o perfil genético nas amostras coletadas no veículo. Entre o dia do fato e a data da coleta, o carro continuou rodando, foi lavado, pegou sol e chuva, fatores que diminuem as chances de sucesso da análise”, lembra o perito criminal Anderson Oenning, que realizou a análise com luminol e a coleta dos materiais. Cerca de treze materiais, das partes do veículo onde o luminol revelou que poderia existir sangue, foram coletados e encaminhados para análise.
No laboratório da Divisão de Genética Forense, houve a comprovação de que algumas amostras coletadas do carro se tratavam de vestígios de sangue humano. Elas foram processadas e comparadas com o sangue da vítima – que está se recuperando em casa. O perfil genético obtido das amostras coletadas do semi-eixo dianteiro e da calota da roda direita mostrou-se compatível com o da vítima, comprovando que o veículo havia sido usado no crime. O tempo transcorrido entre o crime e a perícia foi um obstáculo, superado pela ciência e pela dedicação dos peritos criminais do IGP.
O suspeito, um homem de 27 anos, foi preso preventivamente e indiciado por tentativa de homicídio pela Polícia Civil.