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IGP comemora 22 anos e revela laudos históricos

Documentos sobre crime que virou lenda foram expostos em evento

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Laudos revelam o trabalho dos Peritos
Laudos revelam o trabalho dos Peritos - Foto: Rodrigo Ziebell/SSP
Por Ascom/IGP

A revelação de documentos históricos de um crime que abalou a sociedade gaúcha marcou as comemorações do aniversário do IGP, em um evento no Palácio Piratini, dia 30. Na ocasião, que contou com a presença do vice governador Ranolfo Vieira Junior e do governador Eduardo Leite, foram apresentados os Laudos periciais da morte de Maria Luiza Haüssler, ocorrido em 1940.  

Foto da arma usada por Heinz Schmeling

A celebração iniciou com a apresentação da música A Lenda da Lagoa, executada pelo Perito Rodrigo da Silva e seus parceiros Paulo André e Bruno. Depois, foram apresentadas imagens de Porto Alegre naquela década. O escritor Rafael Guimaraens, autor do livro Dama Da Lagoa (Libretos, 2013), que também relata a história, contou que a pesquisa foi feita em jornais da época e em uma revista policial, sem ter acesso direto aos Laudos.

Após, os Peritos do IGP detalharam como foram realizadas as perícias que constam nos Laudos. A Diretora do Departamento de Perícia do Interior, Marguet Mittmann, apresentou a parte referente ao Local de Crime, ao exame dos tijolos encontrados junto ao corpo de Maria Luiza e ao veículo do padrasto de Heinz, que foi usado para transportar os tijolos e o corpo da moça. O Diretor do Departamento Médico- Legal, Luciano Haas, falou sobre o exame de necropsia do corpo da jovem e destacou o trabalho feito na época pelos peritos José Faibes Lubianca e Rubem Lubianca. Já o Diretor do Departamento de Perícias Laboratoriais, Daniel Scolmeister, apresentou os exames feitos nas roupas usadas por Heinz Schmeling, que continham vestígios de sangue e do disparo à bala. Por sua vez, o Chefe da Divisão de Balística Forense, Tobias Ramos, falou sobre as técnicas usadas na perícia da arma do crime, que confirmou que foram feitos dois disparos. 

A LENDA -

Corpo de Maria Luiza encontrado na Lagoa dos Barros passou por perícia
Corpo de Maria Luiza encontrado na Lagoa dos Barros passou por perícia - Foto: Divulgação
A morte de Maria Luiza abalou a sociedade portoalegrense no início da década de 1940. Ela e o namorado, Heinz Schmeling, saíram de um baile no Clube Germânia na madrugada de 18 de agosto. A partir daí, ela não foi mais vista. O corpo foi encontrado três dias depois, amarrado com tijolos, na Lagoa dos Barros, há 110 quilômetros de distância. O crime acabou originando a Lenda da Noiva da Lagoa: muitos dizem que o espírito de Maria Luiza ainda paira no lugar. 

A Diretora-Geral do IGP, Heloisa Kuser, afirmou que, no caso da Noiva da Lagoa, o misticismo também apresentou a sua versão dos fatos. “Mas não precisamos nos insurgir contra isso. Podemos conviver harmoniosamente, sacando de cada forma de observação da vida o que esta visão tem de melhor” disse.  Heloisa destacou o trabalho dos arquivistas Jussara Gabbi e Cristiano Leon, que encontraram os documentos e afirmou que a tradição do IGP sempre foi a de aliar pesquisa e perícia, ciência e polícia. “Fazemos isso desde 1o de Agosto de 1764, em Viamão, quando o Juiz Francisco da Costa Villaca ordenou que o mestre carpinteiro Ignacio da Costa dos Santos, o primeiro perito gaúcho, examinasse um tronco de madeira, de onde havia fugido um prisioneiro”, completou.

Dir p esquerda: Gov. Eduardo Leite, Vice Gov. Ranolfo Vieira Jr, Diretora Geral Heloisa Kuser e Diretores do IGP
Dir p/ esquerda: Gov. Eduardo Leite, Vice Gov. Ranolfo Vieira Jr, Diretora Geral Heloisa Kuser e Diretores do IGP - Foto: Rodrigo Ziebell/SSP
EXPOSIÇÃO - O governador Eduardo Leite parabenizou o trabalho do IGP, ressaltando que, mesmo que não sejam vistos e atuem silenciosamente, o trabalho é fundamental para a resolução de crimes e a tomada de decisões em investigações criminais. “Desde aquela época, a obstinação e a dedicação desses profissionais ajudavam a obter a profundidade de dados técnicos capazes de auxiliar na tomada de decisões sobre como proceder em um processo criminal. Vida longa ao IGP”, disse Leite. Ele convidou a todos para conhecer os Laudos - que até aquele momento permaneciam ocultos na Sala Alberto Pasqualini -  e a exposição fotográfica com detalhes dos documentos. As fotos para a exposição foram produzidas pelo Chefe da Seção de Fotografia do IGP, João Carlos Staub. 

IGP-RS